3 Mulheres Historiadoras: recomendação para amigas

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Estas são as 3 historiadoras que, se uma amiga me pedisse recomendação, diria: leia! Sem dúvida alguma. Elas fizeram parte da minha formação acadêmica e além. Mulheres que partem do ponto de vista histórico, mas que não se encerraram no que chamo de "a grande torre branca" da academia. Eu explico:

Sabe aquele livro que você começa a ler e tem 3.497.654 mil notas de rodapés e citações. Até que chegamos em um ponto em que nos perguntamos: "Albaneses? achei que esse livro era sobre o Brasil Império?" Juro que isso aconteceu comigo durante minha graduação em História.

Essas são escritoras/historiadoras que estão conversando com seu público mais do que com seus pares, e eu amo esse detalhe em cada uma delas. 

E se uma amiga me pede recomendações sobre algo no campo da História, eu quero dar uma dica para que ela se identificar, para ela sentir prazer no processo de leitura e para de fato aprender algo que fique na memória. 
Paper and pen?

Constatações

Antes de começar, no entanto, queria compartilhar a minha triste confirmação. Ao fazer esse exercício de seleção, o que mais me angustiou foi: 

Eu percebi que selecionar mulheres historiadoras não é um exercício elementar. @raphaperlin

Meu primeiro impulso foi ir direto para os historiadores homens. De Heródoto até Hobsbawn. Só dava eles na minha listinha de clássicos. Aff!

Segunda constatação: nenhuma historiadora negra. Zero. Falhei totalmente e divido meu fracasso para a gente pensar junto. E quem sabe você não tem uma recomendação e/ou comentário interessante para me mostrar.

Listeeenha

Lilia Schwarcz

Ela é historiadora e antropóloga, professora na USP, deu aula em Oxford, Columbia, entre outras. Ela é senhora absoluta da Companhia das Letras e autora de um dos melhores livros que li sobre Dom Pedro II (gostaria de saber por onde anda esse calhamaço). 

Admiração: "quero ser Lilia quando crescer". Lilia é pacote completo. Política, sabe balancear temas que requerem anos de estudos (livro sobre Lima Barreto) com temas do momento (O Sol do Brasil). Ela está bombando nas mídias sociais (ela tem um discurso despido dos ornamentos barrocos tão comum aos historiadores brasileiros), e, plus, trabalha muito bem com referências imagética (curadora do MASP) #amor

Livros da Lilia

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Mary del Priore

Formada pela USP, com doutorado na França (École de Hautes Études). Os seus livros são daqueles em que você nem nota o quanto está aprendendo. Fundamental, certo? Adoro quando ela diz que o seu compromisso é com o leitor em geral. É impossível não perceber isso nos seus livros, e, para mim, ela brilha quando flerta com a ficção e anda pelas bandas dos romances históricos (Príncipe Maldito e Condessa Barral). 

Na minha época de graduação tive a oportunidade de conhecê-la pessoalmente. Gente! A mulher é simplesmente maravilhosa, elegante, inteligente… um pacote completo como a Lilia. A gente quer ficar horas escutando ela falar sobre história. Uma delícia.

Sobre a sua obra, talvez em um primeiro momento, você possa até achar que ela abusa dos títulos para atrair o grande público, mas basta abrir a primeira página ou ver as suas referências para entender que a sua simplicidade na comunicação tem por trás um profundo esforço de pesquisa. 

Livros da Mary

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Lucy Worsley

Ela é historiadora inglesa, curadora chefe do Historical Royal Palace e apresentadora de séries históricas na BBC. Em um dos seus programas, ela disse que é reconhecida na rua como a moça que se veste como personagens históricos (amoooo!) e que com um sotaque engraçado. Eu nunca tinha notado isso, mas aparentemente ela é recriminada por ter o que conhecemos como rotacismo.

Mas não se deixem enganar por esse tipo de preconceito, a Lucy é uma historiadora incrível, e ela sabe exatamente como usar referências sofisticadíssimas em uma comunicação simples.

Absoluta!

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Livros da Lucy

Bom, essa é minha #dicamiga. É só um começo.

Como você pode ver, historiadoras que falam com seus pares não é a minha praia. Meu foco é sempre encontrar alguém com uma linguagem clara e direta para além da academia. 

Hello, World!

“Se comunicar usando uma linguagem simples requer uma boa dose de refinamento e não significa ter um discurso simplificador em termos de estrutura lógica ou referências.” #truestory @raphaperlin

É isso que o povo da "torre branca" ainda não percebeu. Mas você, amiga, tenho certeza que já entendeu isso faz tempo. Bem antes dos albaneses chegarem ao Brasil, certo? ;)

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